sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

QUANDO PUDER, AJUDE A ALGUÉM



Lá estava eu com minha família, em férias, num acampamento isolado e com carro enguiçado. Isso aconteceu há cinco anos, mas lembro-me como se fosse ontem. Tentei dar a partida no carro. Nada. Caminhei para fora do acampamento e felizmente meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho. Minha mulher e eu concluímos que éramos vítimas de uma bateria arriada. Sem alternativa, decidi voltar a pé até a vila mais próxima e procurar ajuda. Depois de uma hora e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina. Ao me aproximar do posto, lembrei que era domingo e, é claro, o lugar estava fechado. Por sorte, havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos. Consegui ligar para a única companhia de auto-socorro que encontrei na lista, localizada a cerca de 30 quilômetros dali. - Não tem problema. - disse a pessoa do outro lado da linha - Normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em mais ou menos meia hora. Fiquei aliviado, mas ao mesmo tempo consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda me causaria. Logo seguíamos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho em direção ao acampamento. Quando saí do caminhão, observei com espanto o Zé descer com aparelhos nas pernas e a ajuda de muletas para se locomover. Santo Deus! Ele era paraplégico! Enquanto se movimentava, comecei novamente minha ginástica mental em calcular o preço da sua ajuda. É só uma bateria descarregada, uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem, ele me dizia. O homem era impressionante. Enquanto a bateria carregava, distraiu meu filho com truques de mágica e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto. Enquanto colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia. - Oh! Nada - respondeu, para minha surpresa. - Tenho que lhe pagar alguma coisa - insisti. - Não. - reiterou ele - Há muitos anos, alguém me ajudou a sair de uma situação muito pior, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito que me socorreu simplesmente me disse: "quando tiver uma oportunidade, passe isso adiante". Eis minha chance. Você não me deve nada! Apenas lembre-se: quando tiver uma oportunidade semelhante, faça o mesmo. Somos todos anjos de uma asa só. Precisamos nos abraçar para alçar vôo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

SOU A MISS IMPERFEITA, MUITO PRAZER ...

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante".
Por Martha Medeiros - jornalista e escritora

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

SORRIA SEMPRE




O sorriso é um santo remédio. Ele lava a alma e refresca a mente. Os problemas, quando enfrentados com ânimo e alegria, têm maiores chances de solução. A tristeza e o mau humor bloqueiam a visão interior, atrapalhando nosso desenvolvimento.
Já o sorriso atrai energias positivas e boas intuições. E, claro, melhores resultados. Os anjos são alegres e adoram as pessoas de bem com a vida. Ao agir com leveza e simpatia, facilitamos a ação construtiva dos nossos amigos espirituais. Hoje é um novo dia! Sorria!


Olavinho Drummond, no livro "Vida Nova"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O PORTEIRO DO PUTEIRO

Não havia no povoado pior ofício do que 'porteiro do puteiro'.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem? O fato é que nunca
tinha aprendido a ler nem escrever,
não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de idéias,
criativo e empreendedor, que decidiu
modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.

Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o Senhor, além de ficar na portaria, vai
preparar um relatório semanal onde
registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e
reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, Senhor - balbuciou - mas eu não sei ler
nem escrever!
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir
trabalhando aqui.
- Mas Senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha
vida inteira, não sei fazer outra coisa.
- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo Senhor. Vamos
dar-lhe uma boa indenização e
espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte
Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro
sentiu como se o mundo desmoronasse. Que
fazer? Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa,
ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um
emprego. Mas só contava com alguns
pregos enferrujados e um alicate mal conservado. Usaria o dinheiro da
indenização para comprar uma caixa de
ferramentas completa. Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria
viajar dois dias em uma mula para ir
ao povoado
mais próximo para realizar a compra.
E assim o fez. No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar ...
já que....
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bom.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta
e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para
mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de
ferragens mais próxima está a dois
dias mula de viagem.
- Façamos um trato - disse o vizinho. Eu pagarei os dias de ida e
volta mais o preço do martelo, já
que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias...aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou. No seu regresso, outro
vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo. Eu necessito
de algumas ferramentas, estou
disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que
você as compre para mim, pois não
disponho de tempo para viajar para fazer compras. Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho
escolheu um alicate, uma chave de fenda,
um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as
palavras que escutara: 'não disponho
de tempo para viajar para fazer compras'.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele
viajasse para trazer as ferramentas. Na
viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais
ferramentas do que as que havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens. A notícia
começou a se espalhar pelo povoado e
muitos, querendo economizar a viajem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e
trazia o que precisavam seus
clientes. Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e
alguns meses depois, comprou uma vitrine
e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do
povoado.
Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os
fabricantes lhe enviavam seus pedidos.
Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos
preferiam comprar na sua loja de
ferragens, do que gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e
pensou que este poderia fabricar as
cabeças dos martelos. E logo, por que não, as chaves de fendas, os
alicates, as talhadeiras, etc..
E após foram os pregos e os parafusos... Em poucos anos, nosso
amigo se transformou, com seu
trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado. Nela, além de ler e
escrever, as crianças aprenderiam
algum ofício. No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as
chaves da cidade, o abraçou e lhe disse:
-É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a
honra de colocar a sua assinatura
na primeira página do Livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me
daria prazer, assinar o Livro, mas eu
não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
-O Senhor?!?! - disse o prefeito sem acreditar. O Senhor construiu
um império industrial sem saber ler
nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do Senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder - disse o homem com calma. Se eu
soubesse ler e escrever ... ainda seria o
PORTEIRO DO PUTEIRO!!!

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades. As
adversidades podem ser bênçãos. As crises
estão cheias de oportunidades.


Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto,
procure as janelas
Lembre-se da sabedoria da água: 'A água nunca discute com seus
obstáculos, mas os contorna.'

Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes
ou pequenas, o importante é
comemorar cada uma delas'

'Não há comparações entre o que se perde por fracassar e o que se
perde por não tentar.

ENSINANDO UM CAVALO A VOAR


Vamos dividir a palavra preocupação em duas partes: pré-ocupação. Ou seja, ocupar-se de algo antes que aconteça. Tentar resolver problemas que ainda não tiveram tempo de se manifestar. Imaginar que as coisas, quando chegam, sempre escolhem seu pior aspecto. Há, é claro, muitas exceções. Uma delas é o herói desta pequena história: Um velho rei da Índia condenou um homem à forca. Assim que terminou o julgamento, o condenado lhe pediu: - Vossa Majestade é um homem sábio e curioso a respeito de tudo que seus súditos conseguem fazer. Respeita os gurus, os sábios, os encantadores de serpentes e os faquires. Pois bem. Quando eu era criança, meu avô me transmitiu a técnica de fazer um cavalo branco voar. Não existe mais ninguém neste reino que saiba isto, de modo que minha vida deve ser poupada. O rei imediatamente mandou trazer um cavalo branco. - Preciso ficar dois anos com este animal – disse o condenado. - Você terá dois anos – respondeu o rei, a esta altura meio desconfiado – Mas, se este cavalo não aprender a voar, será enforcado. O homem saiu dali com o cavalo, feliz da vida. Ao chegar em casa, encontrou toda a família em prantos. - Você está louco? – gritaram todos – Desde quando alguém desta casa sabe fazer um cavalo voar? - Não se preocupem – respondeu ele – Primeiro, nunca alguém tentou ensinar um cavalo a voar, e pode ser que ele aprenda. Segundo, o rei está muito velho e pode morrer nesses dois anos. Terceiro, o animal também pode morrer, e eu conseguirei mais dois anos para treinar um novo animal. Isso sem contar a possibilidade de revoluções, golpes de Estado, anistias gerais. Finalmente, se tudo continuar como está, eu ganhei dois anos de vida, e neles poderei fazer tudo o que tiver vontade. Vocês acham pouco?

Paulo Coelho, no livro "Histórias para pais, filhos e netos"

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

É DIFÍCIL ...

É difícil fazer alguém feliz,
Assim como é fácil fazer triste.

É difícil dizer "Eu te amo",
Assim como é fácil não dizer nada.

É difícil valorizar um amor,
Assim como é fácil perdê-lo para sempre.

É difícil agradecer por hoje,
Assim como é fácil viver mais um dia.

É difícil se convencer de que se é feliz,
Assim como é fácil achar que sempre falta algo.

É difícil fazer alguém sorrir,
Assim como é fácil fazer chorar.

É difícil se pôr no lugar de alguém,
Assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.

Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão?
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?!

Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil se arrepender?!

Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir?
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?!

Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas?
Mas quem disse que é fácil ouvir você?!

Se alguém ama você, ame-o...
É difícil se entregar?
Mas quem disse que é fácil ser feliz?!

Nem tudo é fácil na vida...
Mas, com certeza, nada é impossível...

Precisamos acreditar, ter fé
E lutar para que não apenas sonhemos,
Mas tornemos todos nossos sonhos realidade!